Rosália Arteaga defendeu que :”devemos investir nos talentos das crianças, caso contrário não teremos um futuro”


Educação no século XXI” foi o tema do segundo painel neste primeiro dia da terceira edição do MOZEFO. A primeira oradora a intervir foi Rosália Arteaga, antiga Presidente do Equador, quem defendeu que o futuro vai acabar com muitos trabalhos tradicionais. Por isso mesmo, Arteaga sugeriu que Moçambique e o mundo desenvolvam os talentos das crianças, caso contrário não haverá um futuro.
Na opinião da antiga Presidente do Equador, o papel dos seres humanos é garantir que o uso da ciência seja benéfico para todos, aliado aos valores de honestidade, de igualdade de oportunidades e à luta contra a corrupção, conciliando-se o que a criança aprende em casa e na escola. “Temos de pensar nos seres humanos que queremos construir, combinando a mistura do global e do local, o que nos vai dar identidade e ferramentas do que o mundo cria”, afirmou Rosália Arteaga, quem vê o futuro como um equilíbrio entre os mais novos e os mais velhos.
E porque o futuro depende do investimento nas crianças, Arteaga acrescentou que Moçambique e os países subdesenvolvidos precisam de ter professores com capacidade e conhecimentos.
Para a oradora, as melhores escolas são aquelas que têm os melhores professores, líderes, com alto reconhecimento e bons salários.
No painel sobre “Educação no século XXI” também interveio Daniel Traça. O Director da Nova School of Business & Economics foi incisivo: “gastamos muito dinheiro com os alunos na escola, mas nos preocupamos pouco com o que eles aprendem. Educação, sim, mas de qualidade. Educação deve estar alinhada com a estratégia de desenvolvimento do país, integrado vários sectores da sociedade”
Daniel Traça recomendou, neste primeiro dia do Fórum Económico e Social de Moçambique, que se deve ter uma estratégia clara para acelerar o desenvolvimento no país, a qual tenha a ver com o global e com a forma como Moçambique deve se enquadrar nessa globalidade.
Traça é apologista da ideia de que Moçambique deve estar alinhado com estratégias de desenvolvimento, preparando as pessoas, pois, quando isso não acontece, o risco de explosão populacional é grande. “Os alunos devem aprender nas escolas, mas também nas empresas, precisamos de ser pragmáticos na forma como lidamos com a educação. Também é preciso sempre dar um passo no futuro, pensar agora no país dos próximos 10 anos”, referiu.
Por fim, Jorge Ferrão, Reitor da UniMaputo, igualmente, interveio no painel. Para o antigo Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, as políticas de ensino no país nunca estiveram em consonância com o crescimento da população. Ainda assim, o fatalismo de que a educação em Moçambique está mal deve sair das cabeças dos moçambicanos. “Já começamos a ter bons exemplos ao nível do nosso ensino, com estudantes que desenvolvem startup no Japão ou na Coreia do Sul. Precisamos de fazer o esforço, como país, para passar a ter uma decisão muito afirmativa sobre a educação”.


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