Mulheres Africanas preocupadas com o índice elevado de Gravidez na Adolescência


Dados do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano revelam que mais de 14 mil alunas nos últimos cinco anos em Moçambique tiveram gravidez precoce e destas 1.081  casaram-se prematuramente.Um estudo feito pelo MISAU apresenta a mais baixa taxa de prevalência de contracepção entre os países da África Austral, com apenas 25%, num ranking liderado por Zimbabwe, com 64.7%.O mesmo estudo revela que, no país, apenas 14.1 por cento dos adolescentes usam métodos contraceptivos modernos. Segundo UNFPA a República Democrática do Congo tem maior taxa de gravidez precoce em África, seguido por Angola que ocupa o segundo lugar onde em cada mil mulheres de 15 a 19 anos, pelo menos 163 deram à luz no ano em curso.De acordo com o Barômetro de Gênero da SADC, as partes interessadas devem alinhar as políticas de saúde e direitos sexuais e reprodutivos e os quadros legislativos com os alvos do protocolo de gênero da SADC e a estratégia  da SADC SRHR 2019 a 2030.Maria Salomé, membro da Southern África Gender Protocol Alliance e integrante da delegação de Moçambique afirma que são todos chamados a advogar até que todas as formas de violência baseada no gênero sejam erradicadas, e, que as mulheres e raparigas conheçam e reivindiquem os seus direitos, igualmente para os pequenos grupos sociais tenham voz.Outra ideia defendida por Kubi Rama, Advisor da Gender Links na África do Sul é que a mortalidade materna é ainda um grande problema dos países da SADC, existindo apenas dois países que se pode fazer o aborto, Moçambique e África do Sul, embora sendo legal, o Governo ainda não apoia. “Temos feito muitos estudos sobre a violência baseada no gênero”, aponta Kubi Rama.Cicilia Saayioi Wuapari, Ministra da Educação, Juventude, Gênero e Serviços Sociais no Quênia desde 2017, explica  que teve uma educação humilde e testemunhou práticas discriminatórias em relação as meninas enquanto crescia, esse fator influenciou sua paixão e compromisso em lidar com a violência baseada no gênero e advoga pelo fim do casamento infantil na comunidade Maasai. “O Governo está preocupado com a educação das crianças, temos líderes religiosos que trazem programas de orientação e trabalham em conjunto com os lideres comunitários, nas nossas lutas, devemos também mencionar o abuso da voz do nosso poder. As mulheres são e sempre serão aquelas que estão no fundo quando as guerras acontecem, somos sempre as maiores vitimas” disse Wuapari.Por sua vez Editar Ochieng, Feminista pelos direitos da Paz e Centro de Justiça no Quénia, fez menção a certas práticas em que as mulheres foram vitimas “as mulheres africanas foram oprimidas durante muito tempo, para conseguirmos realizar os nossos sonhos é preciso que participemos da mesa onde as políticas são desenhadas”, disse.“Engravidei com 16 anos de idade e tive um aborto que destruiu os meus sonhos, mas devia reconstruir a minha vida. Por isso criei este movimento, para pôr fim a violência sexual na  Quibéria, onde dou as mulheres o poder e esperança, e o poder que dou a elas é dizer não”.  Relatou Ochieng dando a entender que foi  vista como inimiga na comunidade até na família por ter começado a dizer não.Segundo uma pesquisa feita pela Associação Juvenil Kubatsira a saúde reprodutiva e a fuga a paternidade são situações  que merecem atenção especial das autoridades locais.“A pausa nos estudos foi um dos principais impactos na vida da Tietinha Manuel que engravidou aos 16 anos, atualmente com 17 reside na comunidade de Muhiliolec, distrito de Ribaué. Mãe de uma criança de 9 meses, abandonou  a escola na quinta classe, o pai da criança, também menor de idade abandonou-a sem se quer registar o filho”, conta Manuel da Silva, Líder  Comunitário de Muhiliolec, distrito de Ribaué, Nampula.De acordo com a Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras, Artigo 32, pai, mãe, tutor, padrasto, madrasta, qualquer parente na linha recta e até terceiro grau na linha colateral, o encarregado de guarda da criança ou da sua educação, que autorizar ou obtiver autorização para casamento ou união de criança, instigar, aliciar ou não obstar ao casamento ou união, será condenado a pena de 2 a 8 anos de prisão e multa até dois anos, se pena mais grave não couber.

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