BANCO MUNDIAL E FMI DEFENDEM PERDÃO IMEDIATO DAS DÍVIDAS DOS PAÍSES MAIS POBRES
O Fundo Monetário Internacional
(FMI) e o Banco Mundial (BM) defenderam hoje, com efeito imediato, um
perdão da dívida oficial bilateral dos países mais pobres, entre os
quais estão Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
“Com efeito imediato, e consistente
com as leis nacionais dos países credores, o Grupo BM e o FMI apelam a
todos os credores oficiais bilaterais que suspendam os pagamentos de
dívida dos países [abrangidos pela] Associação para o Desenvolvimento
Internacional (IDA, na sigla em inglês) que assim o solicitem”, lê-se
num comunicado conjunto difundido hoje em Washington pelas duas
instituições financeiras internacionais.
“Isto vai ajudar os países da IDA
com necessidades imediatas de liquidez a lidarem com os desafios
colocados pela pandemia do novo coronavírus e dar tempo para uma análise
do impacto da crise e sobre as necessidades de financiamento para cada
país”, lê-se ainda no texto.
A IDA é uma instituição que funciona
no âmbito do Banco Mundial com a missão de apoiar os 76 países mais
pobres, entre os quais estão todos os países lusófonos africanos, à
exceção de Angola e Guiné Equatorial.
Neste apelo ao G20, o BM e o FMI
apelam a estes países “que façam esta avaliação, incluindo a
identificação dos países em situação de dívida insustentável, e preparem
propostas para uma ação abrangente dos credores oficiais bilaterais
sobre as necessidades de financiamento e de alívio de dívida nestes
países”.
O grupo dos 20 países mais
industrializados está esta semana a realizar um conjunto de reuniões no
seguimento da pandemia da covid-19, tentando delinear um plano de ação
conjunto.
“O FMI e o BM acreditam que neste
momento é imperativo fornecer um sentimento global de alívio aos países
em desenvolvimento, bem como um forte sinal aos mercados financeiros”,
conclui-se no comunicado, que incide apenas sobre a dívida bilateral e
não sobre a dívida emitida nos mercados internacionais e detida por
investidores privados ou institucionais.
Dos países lusófonos, apenas São Tomé e Príncipe não tem, até ao momento, registo de contágio pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela
pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o
mundo, das quais morreram mais de 19.000.
O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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